Da saudade que restou



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A morte é inconveniente, você acorda, tem contas a pagar, planos para o futuro e quer sempre ver mais do que os anos de vida que lhe deram.. e de repente morre! Mas e tudo o que ainda não viu? E aquela mensagem que nunca vai ser respondida? A senha que ninguém vai ficar sabendo? A morte é traiçoeira, sempre te acompanha, a cada aniversário, a cada vez que atravessa a rua sem olhar ou se engasga com a água, então quando você menos esperava ali está ela, te encarando, lhe abraçando para levar a outro lugar sem passagem de volta. E eu com toda a minha experiência ainda não aprendi a me acostumar com a ideia..

O conheci com quatorze anos, era lindo e convencido, ele sabia que era bonito, foi paixonite, mesmo sendo só um "oi" , o reencontro foi alguns anos depois, aos dezesseis foi faísca e fogos de artificio, se é que posso explicar assim, mas no desencontro do destino a separação veio mais uma vez, quatro anos a mais, outros amores e outras direções e a única frase que ficou foi: -Pode ir, mas você ainda vai voltar pra mim. Uma das afirmações mais verdadeiras que já vi e como todas as certezas do mundo eu ainda estava ali, sendo dele, mesmo depois de todo o revés, um namoro confuso, ódio e amor, tudo se acabou em uma amizade. Se eu o amava? Sim, eu amo. Falei com ele pela última vez eram 14hrs, a tatuagem que queria fazer, o "projeto verão" que estava saindo dos pensamentos, as besteiras que sempre me dizia.. parece tudo tão vago, parece tudo tão em vão. Se eu soubesse que aquela ali era a ultima conversa, a ultima risada, a sua ultima besteira, eu não saberia o que dizer. Se eu soubesse que aquela era a ultima vez, o abraçaria mais forte, o beijaria com mais ternura e decoraria cada parte do rosto dele só para não esquecer, falaria que sim: -eu te adoro, como ele alegava sempre e eu sempre negava. Ele foi meu amor e meu amigo, agora é a minha estrela.

Vai com Deus, vou sentir sua falta, todo dia.

<3