A Bêbada Equilibrista


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O cigarro apagou,
a luz faltou,
bebi para esquecer ou só para apagar.
E lá se foram uma ou duas garrafas,
a vontade de ser,
de estar,
existia somente aquele vazio,
que de teimoso persistia ficar em todo lugar.
Tomei fôlego
respirei fundo,
deixei para trás as memórias,
passei direto pelas lembranças,
mas insisti em uma:
- "obrigada por me curar dessa minha fixação pelo amor",  lhe disse.
E nada mais que o silêncio ecoou.
Com o coração bêbado,
fui me deixando fria como pedra,
me equilibrei.
achando que tudo para trás deixei,
ainda sim a dor ainda ressoou.
mesmo sabendo que nada restou
continuei indecifrável,
continuei esperando ou só me equilibrando.


Thiago Iorc - It's a Fluke